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sábado, 10 de dezembro de 2016

Almoço na Azenha do Mar

A ideia era sair de manhã e almoçar na Azenha do Mar, uma das famosas marisqueiras do sudoeste alentejano. Mas os caminhos para Sul multiplicam-se quando vamos de mota. Desta vez escolhi uma alternativa a partir de Grândola.




Quando embarco nestes passeios, mesmo que não precise de levar muita bagagem, gosto de levar o saco de depósito onde posso levar uma amostra de "roadbook". É uma cábula que me vai guiando pelo caminho, às vezes só por entretenimento e controlo de autonomia da mota, e não por andar perdido. A verdade é que começo a curtir a viagem logo na parte de planeamento. (quantas vezes eu passeio de mota pelo Google Maps!!..)










A caminho do Tanganhal começava o primeiro troço de terra batida e foi tranquilo. Em parte até estava em melhor condições do que a estrada alcatroada que o antecede. A KLE vinha lavadinha e polida e ficou muito bem com esta luz.. :)
 








 
troços em terra batida

 

 



E eis que chegámos a Azenha do Mar, já com alguma fominha e a pensar numas ameijoas à bolhão pato! Num dia de semana já em meses de Inverno não havia lista de espera...foi chegar e abancar.. e partir um copo assim que tirei o casaco.. :-)


Este restaurante, Azenha do Mar, foi outrora palco de grandes almoçaradas por altura do festival Sudoeste na Zambujeira do Mar. Ali vi meninos tornarem-se homens e o contrário também..eheh Lembro-me que chegávamos ao meio-dia para almoçar (ainda em jejum e de ressaca) e só nos chamavam para sentar  lá dentro pelas 16h.. entretanto iam umas saladinhas de polvo, uns perceves e umas babosas.. Mas depois quando nos chamavam e sentávamos, vinha um sentimento de conquista. E a necessidade de aproveitar que agora o trono é nosso!
 
Ali era e é tudo bom, e como nesse tempo não conhecíamos a palavra crise, mandávamos vir tudo o que estava na ementa, "se for marisco, traga!".
Recordo-me de frases míticas como "-Tem destas das pequenas? -Sim. -Então traga uma das grandes sff!". Bons tempos. O meu almoço desta vez foi mais pacato, e sempre de olho na menina.





A viagem continuou entre curvas, com paragem para cafezinho em Aljezur. E a Chegada foi feita com pompa e circunstância no Costa - Sons e Sabores com direito a um belo jantarinho com toque gourmet como de costume!
 
 
No dia seguinte e antes de ir embora, ainda deu para aproveitar o bom solinho algarvio que todos os anos inebria as massas e massas de gentes que rumam a sul...para isto...

 
 

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Yamaha DT 50 LC - Obrigado!

Esta podia muito bem ter sido a primeira publicação aqui no blog, e seria um perfeito ritual de passagem..
Uma publicação que são vários agradecimentos, e o primeiro vai para os meus pais. Por terem confiado em mim para tirar a licença de mota aos 14 anos e ainda para mais, fazerem um esforço para oferecerem-me a mota dos meus sonhos.
Ao meu pai pela iniciativa e apoio incondicional e à minha mãe que apesar das reservas habituais que uma mãe tem pelas motas, levava-me todos dias da Moita a Setúbal e esperava dentro do carro enquanto eu tinha aulas de código e condução com o grande senhor Bernardo Vilar, figura incontornável do motociclismo todo-o-terreno em Portugal. 
 
 
A minha DT é de 1997, mas só foi minha no ano 2000. E esta fotografia foi tirada em meados desse ano, provavelmente em setembro. Lembro-me perfeitamente de a ver pela primeira vez no stand da BRR Motos, mal conseguia falar na expectativa se aquilo ia mesmo acontecer, ia mesmo ter aquela mota. Lembro-me também do dia em que a trouxe para casa, à porta do stand o meu pai perguntou-me "-Sabes conduzir com mudanças? Queres ser tu a levar?".. Claro que respondi "-Sim pai, sim!".
Foi uma viagem de terror, eheh, entre o não saber conduzir com mudanças, não fazer ideia em que mudança circulava, juntou-se o facto da mota ter sido entregue praticamente sem gasolina. "Vinha abaixo" várias vezes sem eu perceber porquê até que dei com a válvula da reserva e lá aguentou até casa. Sem esquecer que nos semáforos em Alhos Vedros, quando o sinal ficou verde, o ponto de embraiagem foi aí o 2º ou 3º que tinha feito em toda a minha vida, e levantei a roda da frente bem alta no arranque e andei meio para o lado colocando a roda da frente em cima do lancil do passeio. O meu pai ia à frente no carro a ver tudo pelo retrovisor..com certeza a pensar na asneira que tinha feito em comprar-me uma mota..
 
Aos 14 anos, ter uma DT.. ..para quem cresceu a gostar de motas acho que não preciso explicar muito mais.. Oficialmente só andava aos fins de semana, mas de vez em quando sem ninguém saber, depois das aulas e antes da minha mãe chegar a casa tirava-a da arrecadação (que não era tarefa fácil) e ia dar uma volta, corria tudo, não interessava onde ia, passava pelas mesmas ruas inúmeras vezes, o importante era andar.



 
Nunca fui de fazer cavalinhos, burros, nem animal nenhum. Nunca quis por escapes de rendimento, rabetas ou cabeças Polini. As únicas modificações foram tirar os espelhos e colocar uns piscas mais pequenos. E a maior loucura que fizemos juntos foi por duas vezes fazer a viagem Moita-Portimão pela nacional e pela Serra de Monchique. Grande aventura!
 
 
Foi em Portimão que passámos mais tempo juntos, o verão era sempre nosso! Temos montes e montes de histórias! A minha companheira de praia, desde a praia do Burgau em Lagos até à Praia da Falésia em Vilamoura, às vezes corríamos 3/4 praias no mesmo dia! Mas as preferidas eram sempre por Lagoa, Carvoeiro...Cova Redonda.
 


 
 














Conheceste mais namoradas do que a minha mãe.. Caíste mais vezes do que as que contei ao meu pai.. Obrigado por me trazeres sempre a casa, embora algumas vezes tenha ficado sem saber se fui eu que te conduzi ou tu a mim, depois de sair do Pé de Vento, do Plexus, da Horagá ou até do Vox!
 
Desta vez o fim de semana foi para te voltar a pôr no estado original, desmontámos quase tudo, limpámos, montámos piscas originais, espelhos, tudo direitinho até o estojo das ferramentas!
 
 


 
Agora ficas à espera que uma nova geração anseie por andar contigo, ver-te trabalhar, a rolar e a brilhar como sempre. Eu prometo arranjar sempre um tempinho para cuidar de ti e levar-te a passear! Até ando aí com uma ideia maluca de fazer contigo um Lés-a-Lés! :-D
 
 

sábado, 3 de setembro de 2016

Serra da Estrela - Poço do Inferno

Saí de Góis antes da festa acabar.. mas já tinha um passeio combinado há muito, para os lados da Serra da Estrela!

Arganil - onde encontrei um familiar
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parei logo em Arganil no café Teatro ainda a tempo de almoçar. Ainda se viam muitas motas em todas as terrinhas que passava, pontas soltas da concentração.
Dava vontade de parar no Sarzedo (Coimbra) para um mergulho, ou visitar Fraga da Pena ou Piódão.. Se umas viagens são apenas ligações entre ponto A e ponto B, nesta fiquei com vários sítios marcados onde quero voltar para visitar!




 
Foi muito tranquila a viagem até Seia, deu para curvar e acelerar bastante.. Mas a verdadeira festa começou depois de Seia! A subida pela N339, Estrada da Serra é um espectáculo! Quase não passavam carros, e os que passavam estavam também em passeio. Ultrapassámo-nos várias vezes pois todos íamos parando onde mais nos aprazia para tirar umas fotos.
Eu comecei a sessão de fotos logo na Aldeia da Serra, e daí foi sempre a subir!
 
 
 


 

Lá no alto, virei para Manteigas e continuei a subir. A estrada por aqui já não está em grandes condições mas, também para contemplar aquela vista magnífica, fui sempre devagar..







Depois de muito subir apanhamos a N232 que vem de Gouveia, da Cabeça do Velho, e voltamos a subir mais um bocadinho.. E se a subida é feita em terreno árido, empedrado e rochoso, a descida para Manteigas é feita à sombra de uma enorme floresta rompida por curvas em cotovelo e muito fresca, bom para um dia quente de verão como este.
 
Entre Manteigas e Belmonte havia duas possibilidades bem conhecidas para refrescar e beber um fino, Praia Fluvial do Sameiro e Praia Fluvial de Valhelhas. Escolhi a primeira, e está-se por lá muito bem! Um pequeno paraíso....
 

 

No dia seguinte já viajei acompanhado, e o que seria uma ida à praia do Sameiro, tornou-se num excelente passeio!
Decidimos dar uma voltinha enquanto fazíamos a digestão.. e a caminho do Sameiro desviámos para Verdelhos. Logo à entrada uma placa que diz 'Poço do Inferno' captou-nos a atenção.. e seguimos por dentro da aldeia a perguntar de 50 em 50metros para onde devíamos ir.. As indicações, algumas bem engraçadas, coincidiam.. "Sempre para cima, por estrada de terra ..(breve olhar à mota da proa à popa)..sim essa mota deve passar.. encontram a casa do guarda, continuam sempre em frente e vão dar ao Poço do Inferno.. Podem ir por Manteigas que são 20 e poucos kms, mas por aqui são 6km"..

Bem.. vamos andando.. quando virmos o mar mais alto que a terra, voltamos para trás..
Subimos e subimos, as pedras batiam no resguardo do motor e o aquecimento era mais que muito. Fazer uma subida daquelas, em 2ª, com duas pessoas...num dia quente de agosto... era estar a pedi-las..
Então sempre que uma árvore dava sombra para a estrada, parava um pouco para arrefecermos..eu e a KLE.
Bem lá em cima quando olhámos para trás, Verdelhos tornava-se uma pequena aldeia de brincar, muito pequenina, e o silêncio da serra impunha respeito.. Pensámos em voltar para trás.. mas pensámos só.. e continuamos para a frente.. foi bom quando vimos alcatrão outra vez, logo de seguida aí estava ele.. o Poço do Inferno.
Logo fomos parados amavelmente por um grupo de caminhantes que perguntava o que era para ali, da estrada de onde vínhamos..
 
 
 
 
 
Demos descanso à máquina e fomos investigar, calhou bem ter vindo de calções de banho. Assim quando vi um grupo de estrangeiros a banhar-se no Poço, também quis fazer igual. Se não os visse lá a mergulhar, se calhar não me lembraria de tal coisa.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiro investigamos... depois damos o OK..




 
 
Na volta por Manteigas fizemos um vídeo.. sem nota artística como diz o outro.. mas aqui fica..